Uma crise de pânico é um episódio repentino de medo intenso que desencadeia reações físicas severas, mesmo que não haja perigo real ou causa aparente. Para quem nunca vivenciou, pode ser difícil imaginar a intensidade do terror e da angústia sentidos durante um ataque. Saber como ajudar alguém durante uma crise de pânico é fundamental para oferecer suporte e auxiliar a pessoa a atravessar esse momento delicado.
O Que Fazer Durante uma Crise de Pânico:
Quando presenciamos alguém em meio a uma crise de pânico, nossa reação inicial pode ser de confusão ou até mesmo de incredulidade. No entanto, é crucial manter a calma e agir com empatia e acolhimento. Aqui estão algumas técnicas que podem ajudar:
- Mantenha a Calma: Sua tranquilidade pode ajudar a acalmar a pessoa em crise. Respire fundo e procure transmitir serenidade em suas ações e palavras.
- Leve a Sério: Nunca minimize o que a pessoa está sentindo. Frases como “isso é só na sua cabeça” ou “tente se acalmar” geralmente não são úteis e podem aumentar a angústia. Reconheça a intensidade do sofrimento dela.
- Ofereça um Ambiente Seguro: Se possível, conduza a pessoa para um local mais calmo e tranquilo, longe de aglomerações ou estímulos intensos. Garanta que ela se sinta segura e protegida.
- Incentive a Respiração Lenta e Profunda: A respiração acelerada (hiperventilação) é um sintoma comum da crise de pânico e pode intensificar outros sintomas. Oriente a pessoa a respirar de forma lenta e profunda, inspirando pelo nariz contando até quatro, segurando por um instante e expirando pela boca contando até seis. Você pode fazer junto com ela para guiá-la.
- Ajude a Ancorar no Presente: Distraia a atenção da pessoa dos pensamentos e sensações aterrorizantes, focando no momento presente. Peça para ela descrever objetos ao redor, cores, sons ou texturas. O exercício “5-4-3-2-1” pode ser útil: peça para ela nomear 5 coisas que consegue ver, 4 coisas que consegue tocar, 3 coisas que consegue ouvir, 2 coisas que consegue cheirar e 1 coisa que consegue saborear.
- Reafirme a Segurança: Repetidamente, assegure à pessoa que ela está segura e que a crise vai passar. Explique que os sintomas, embora assustadores, não são perigosos e são temporários.
- Seja Paciente: Uma crise de pânico pode durar alguns minutos ou até mais tempo. Permaneça ao lado da pessoa com calma e paciência até que os sintomas comecem a diminuir.
- Ofereça Apoio Físico (se apropriado): Pergunte se a pessoa se sentiria melhor com um toque suave na mão ou no ombro. Se ela consentir, o contato físico pode ser reconfortante.
- Pergunte se Há Algo que Ajude: Se você conhece a pessoa e sabe de alguma técnica ou objeto que a acalma, ofereça ajuda nesse sentido (por exemplo, uma música específica, um objeto familiar). Se ela tiver medicação para crises de pânico, ajude-a a tomá-la, se necessário e seguindo as orientações médicas.
- Evite Fazer Perguntas em Cadeia: Fazer muitas perguntas rapidamente pode aumentar a ansiedade. Faça uma pergunta de cada vez e espere pela resposta.
Após a Crise:
- Converse sobre o Ocorrido: Quando a pessoa estiver mais calma, pergunte como ela está se sentindo e se gostaria de falar sobre o que aconteceu. Valide seus sentimentos e mostre compreensão.
- Incentive a Busca por Ajuda Profissional: É fundamental que a pessoa procure um médico ou profissional de saúde mental para avaliação e tratamento adequados. Ofereça seu apoio para marcar consultas e acompanhá-la, se necessário.
- Informe-se: Aprender mais sobre transtornos de ansiedade e crises de pânico pode ajudá-lo a entender melhor a experiência da pessoa e a oferecer um suporte mais eficaz no futuro.
Lembre-se que cada pessoa reage de forma diferente durante uma crise de pânico. O mais importante é oferecer um apoio calmo, empático e validar a intensidade do sofrimento do outro. Sua presença e suas ações podem fazer uma grande diferença em um momento tão vulnerável.