Tombos e quedas na Barra Seca. Os Meninos e as Meninas arteiros.

Hoje vou passar por alguns fatos que ocorreram na Barra Seca, entre os primos, pois as meninas eram comportadas, mas foram nadar escondido das mães e dos primos, mas não passou despercebido por um deles.um caso em que protagonista o Nico, veja sua testemunha.

Antonio Alves Bicudo Nico Jorge você lembra quando eu quebrei a perna no açude que eu fui correr na mamãe e a porteira caiu encima de mim? eu saí rolando e quase caí na água,você que me socorreu.O Américo Barbosa que encanou minha perna com bambú.Fiquei uns meses na casa do padrinho Pedro Bento até a perna colar.E quando eu escondi atrás da moita e você vinha vindo a cavalo e eu dei um susto e você caiu um puta de um tombo

Tem um outro acidente que ocorreu com Sebastião Rodrigues de Castro, que não esqueço, inclusive foi apelidado por este motivo.

Sebastião ao passar próximo a mula recebeu um coice no nariz, onde ficou afundado, e a marca visível da pata da mula. Fui na casa do tio Pedro, criança não é bem recebido em lugar nenhum, principalmente as bagunceiras. Em um canto da cozinha, em uma rede estava deitado o Sebastião, com o sinal visível do coice da mula em seu nariz. Por isto nos campos de futebol ele recebeu o apelido de Sebastião Mula.

Outro que teve um acidente grave foi o Manuel da Madrinha Bilica. Isto ocorreu no campo de futebol, lá no João da Nica.

Foi um jogo contra o Jacutinga, um dos jogadores deu uma entrada violenta na perna do Manuel e a quebrou, e este não foi nem expulso, pois o jogo acabou e o campo do João da Nica acabou.

Mas o que vou relatar hoje é um acidente que ocorreu comigo.

Eu creio que estava com 04 anos para 05 anos, meu irmão Elias era bem pequeno, meus irmão maiores , Zezo e Luiz, meu irmão Luiz, chamava-o  de IZ, para ver ainda estava na parte de aprender a soletrar os nomes .Meus irmãos após minha mãe chama-los iriam levar almoço para nosso pai Alicio, eu acompanhei até a cerca que existia, dali voltei. Para chegar em casa tinha uma descida e do lado esquerdo ficava o forno. Neste dia minha mãe estava fazendo sabão. Continha ali que não era comestível, parte da barrigada e o torresmo da banha do porco.

Após ferver um bom tempo era adicionado a soda cáustica para dissolver os miúdos do porco para fazer o sabão, algumas vezes era também colocado folhas de mamona que diziam ser ótimo para a limpeza da roupa. Depois de algum tempo depois de ficar pastoso, era a hora de colocar em uma forma para cortar em pedaços o sabão.

Dito isto vou voltar ao fato dos meninos arteiros como podia chamar.

Como disse fui até a cerca e voltei correndo, perdi o equilíbrio , para meu azar, fui cair do lado esquerdo, onde estava o forno de sabão, já com soda cáustica, derretendo os miúdos do porco, inclusive lembro que tinha ossos grandes no forno.

Cai com os dois braços até acima do cotovelo, na metade entre o ombro e o cotovelo, ainda tenho as marcas nos braços e o dedo mindinho da mão direita que não se recuperou. Foi aquela correria, chamarão meu pai. Lembro que minha mãe veio ver quando meu choro com o Elias no braço.

Sai do forno sozinho com os braços todo queimado.

Fui lavado para casa de meus avós, me apossei de suas camas, coisa mais cobiçada de um neto é a cama dos avós.

Quem é que surgiu para ajudar meus pais nesta cura, dona Rosa Fiory, que mandou comprar alvaiade e pegou a cera de abelha, derreteu e formou uma pasta pastosa, passando em todo meus braços e  entre meus dedos colocava folhas de banana, para que meus dedos não grudassem um ao outro, foram vários dias de curativo. Neste tempo dona Rosa morava na baixada da Serrinha, próximo ao sitio do Mario Martins, não tenho certeza, me parece que o Antônio Bento e a Tonica já haviam casado, Tonica da Dona Roza, e o Antônio do tio Zeca Bento com a tia Vergilia.

Meus braços cicatrizaram e o meu dedinho ficou meio seco.

Deste fato começou uma longa caminhada, de dona Roza com meus pais Alicio e Maria, Com Sebastião Coldibelli e dona Maria da dona Roza, Olivia e Tonico Otaviano, Dinho, Ângelo Fiory, não me recordo se era casado quando batizou o Ângelo, creio que não.

Passado algum tempo, nosso pai e nossa mãe nos levavam no Posto de Puericultura, do Doutor José del Cistia e uma das atendentes era filha do Messias de Góes Vieira, que foi prefeito e vereador de Fartura, diziam que costumava a caprichar no vernáculo.

Uma destas vezes, passamos pela farmácia do João Jaques Ribeiro do Valle, que parece que tinha voltado de Tomazina a pouco tempo.

Sua farmácia ficava na esquina da Mesiquita, com Carlim Bianqui e a padaria do José Padeiro, onde morou o Dito Priolli, era ali a farmácia. Conversava com minha mãe a dona Adélia, sentadas em um banco de madeira encostado do lado esquerdo, na entrada.

Minha mãe mostrou meu dedo, creio que deve ter contado a minha queimadura, minha mãe me chamou e dona Ardélia falou( esposa do Farmacêutico: João Jacques Ribeiro do Valle) .Maria todos os dia pega o dedinho dele e faz uma massagem assim, ela fez e mostrou para minha mãe e para mim como devia ser feito. Ai não posso chamar o Elias, pois era muito pequeno, já vivia, mas não saberia contar esta história. Ai esta um fato terrível que acontece no Brasil e no mundo. Tenho mais histórias de queimaduras. Poderei contar aqui, pois foram com meus tios, Agora do acidente do cavalo e de sua perna quebrada pergunte ao Nico, do primo Manuel, infelizmente, não está entre nós.

Jorge Rodrigues de Oliveira

Autor do blog & Escritor

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