Histórias da Barra Seca, O pescador de peixe frito.
Covo armação para pegar peixe, entra por este funil
O Bairro Barra Seca tinha seus moradores que viviam em uma rotina constante.
A Família dos Bentos de Castro nada de novo acontecia,famílias lutando pelo seu ganha pão, plantios de arroz, feijão milho, alguns tinha outras plantas como o amendoim, feijão fava, colheitas do café, ultima geada grande foi no ano de 1950, sempre havia as pequenas , que não destruiu o plantio.
O ultimo sobre salto que houve foi a morte de minha bisavó em 1953, Vó Rita como nós a chamava, era mãe de minha avó Benedita e tia do meu avô , pois eles eram primos. Em 1960 houve um abalo grande para minha Avó, foi a morte derrepente do meu tio João Batista de Castro, dia 01 de Abril de 1960.Foi dramático, ver o desespero de minha avó quando foram para o roçado onde meu tio foi trabalhar la encontraram caído em vida, chamaram o médico deu como causa morte coração, doença de Chagas, pois Fartura tinha muitos casos de morte por chupança, o Barbeiro.
O que ocorreu, minha avó perdeu seu filho, o penúltimo deles, e o filho caçula, vivia ameaçando sair de casa. Minha avó ficou desesperada com a perda do filho e o outro ameaçando sair de casa.
Para isto não ocorrer, avô José Mané, pediu para o senhor Julio Espanhol ficar de companhia com o tio Mario não fugir de casa. Meus tios ambos admiravam demais o senhor Júlio.
Passou anos ali trabalhando, mas como pajem do que ganhando algo com esta sociedade de meeiros com meu tio.
Não tinham hora para ir para a roça, como não tinha hora para sair.
Principalmente se marcassem uma pescaria para o Rio Itararé. Qual era a pescaria, tinha uma armação chamada (cóvo), que era um jaca fechado de um lado e de outro lado uma armação como um funil, colocavam comida para os peixes, que entravam, e como eram um funil o peixe não percebia a saída. Sempre iam uma vez por semana, era só abrir o covo e retirar os peixes. Toda semana tinha em média de 10 quilos dentro do covo, peixes como Campineiro, Traíra, Mandichuva, curimba, alguns cascudos, iam la retirava os peixes e voltavam para casa. Minha avó limpava e fritava o peixe para o senhor Júlio levar para casa, morava na cidade lá chegava com os peixes já frito.
Dona Josefa contava para as vizinhas que o Júlio ia pescar, mas chegava em casa com o peixe frito. Isto caiu nos ouvidos de seus vizinhos que encontravam com seu Júlio e o chamavam de pescador de peixe frito, todos sabem como são as histórias de pescador, tornou-se uma galhofa, o pescador de peixe frito.
Mas isto não era galhofa, mas sim o cuidado que minha avó tinha, com aquela pessoa que tanto a servia, tornando-se um pajeador de adulto, deixando sua vida de lado em prol de servir uma família. Isto foi Júlio Gonzalo Martins, um homem que serviu e pajeou meus tios a pedido de meu avô, para servir minha avó, pessoas que o admiravam e tinham uma grande estima, este pequeno grande homem, que viveu para servir e não se servir, que foi para todos nós um grande amigo e nos orientou nas nossas jornadas. Mais uma história vivida no Bairro Barra Seca, da família Bento de Castro.