O Mascador de Fumo

Hoje vou falar sobre uma tradição de algumas famílias que , ainda tenta resistir as novas regras pelo zelo da saúde.

Um dos problemas que preocupa os Governos é o fumar, (fumo).No século passado existia na Barra Seca ou no seus arredores, famílias que se dedicavam ao plantio do fumo.

Uma família que sempre trabalhou com isto foi a família do Senhor Júlio Coldibelli, que chegou em Fartura nos anos vinte vindo de Ouro Fino, Minas Gerais, com dois filhos o Arquimedes e o Lino, claro, esposa dona Maria, lembro do sofrimento dela com reumatismo nas mãos, com uma dor intolerável, aquela voz típica de Italiana.

Senhor Júlio, trouxe contigo o conhecimento do plantio do fumo, toda a técnica, da semeadura da semente a cura do fumo, coisa que um dia descreverei.

Meu avô também cultivava fumo, com isso seu filho, Tio Zeca, Tio João, tio Mario aprenderam a lidar com esta agricultura.

Os filhos de Júlio Coldibelli, todos foram agricultores de fumo, trabalhavam no zelo do cafezal, mas entre estes cultivavam o fumo, que ajudava em muito na economia doméstica, nunca vi está família passar dificuldade, pois a venda do fumo ajudava a suprir as necessidades da casa., e falar em fumo Coldibelli em Fartura, era falar em sinônimo de qualidade. Os filhos do senhor Júlio, todos eles, inclusive o genro José Moraes, foram agricultores de fumo, os filhos Arquimedes, Lino, genro José Moraes, Sebastião, Tonico, Miguel, Carlito, José, todos especialistas em fabricar a corda melada.

Mas um que se destacou, foi Sebastião Coldibelli, que falar em fumo de corda Coldibelli, era falar no fumo feito por Sebastião Coldibelli, não sei se esta família deixou herdeiros desta tecnologia.

Mas meus tios , também trabalharam com o plantio do fumo, hoje os filhos do Tio Zeca, Ditão como conhecido, Tião, Luís, trabalham com esta agricultura, que já não exerce facinio,pois os velhos consumidores do fumo de corda estão se esvaindo, havendo pouco consumo.

Mas meu pai Alicio também plantava fumo.

Umas das plantas foi lá no Chiquinho Garcia, dava um belo trabalho, da semeadura da semente, (canteiro), muda para a terra, o zelo com os pulgões e o bicho do fumo, a colheita no ponto certa folhas maduras, colocar no estaleiro, distalação, fazer a corda , enrolar, o zelo depois todos os dia virar o fumo e enrolar, isto demora em torno de 45 a 60 dias para o fumo chegar no ponto.

Tínhamos fumo curado, era bom, sempre garantia uns trocados para casa e para nós .Tendo fumo em casa aguçou a curiosidade do irmão Luiz, pois o fumo servia para cigarro de corda, Cachimbo, outra coisa, Mascar o fumo, coisas que pessoas mais idosas faziam.

Não é que o irmão resolveu experimentar, (mascar fumo).

Neste dia eu e o Zezo estávamos no eito, desde manhã, lá pelas 10,00 horas esperávamos o almoço, deu 11,00 horas, deu meio dia e nada do Luís, vir com o almoço.

Quando o sol já tinha virado, lá aparece o Luís bem abatido, eu o Zèzo

 desesperado de fome, pois na roça comece cedo, no máximo 10,00horas.

Qual foi a confissão do irmão Luís: há eu vi tanta gente mascar o fumo, fui experimentar, só que engoli o caldo, passei mal, não tinha coragem de levantar.

Hoje presto minha homenagem a estas pessoas que aqui citei, não estão entre nós, senhor Júlio e seus filhos com dona Maria, Arquimedes, Lino, Madrinha Carmem que nos deixou a pouco tempo, com seu marido, José Moraes, sabes quem é? Meu padrinho Guga, parceiro de truque do meu tio Zeca, Sebastião, Tonico, Miguel, Carlito, o Zé creio que é vivo, tem outras filhas creio que vivas, o meu avô, com minha vó Benedita, Meu pai Alicio, minha mãe Maria, tio Zeca, tio João, tia Ana com tio João Otaviano, e o tio Mario que pouco nos deixou e ao meu irmão Luís que me trás a memória esta recordação, todos estes aqui já estiveram entre nós, hoje me aperta o coração em relembra-los como vivemos um dia, que hoje é so Saudade destas pessoas que construíram a minha existência e me ajudaram a caminhar até hoje, que posso dizer que sou premiado por esta longa estrada caminhada, tropeçando e levantando, pois sempre tenho uma mão amiga para me ajudar. Hoje é saudade recordação, pois hoje é dia de Finados.

Jorge Rodrigues de Oliveira

Autor do blog & Escritor

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