Em 1960 morávamos no sitio de meus avós na Barra Seca.
Não tínhamos mais como ampliar nossa área de plantação, pois lá não havia terras disponíveis.
Surgiu uma oportunidade de trabalhar na fazenda de Francisco Rodrigues de Oliveira, genro do Coronel Marcos Ribeiro, Chiquinho Garcia como conheciam, somos também Rodrigues de Oliveira, por isto se relacionávamos como Primos.
Quando morávamos na Barra Seca, meu pai arrendou um pedaço de terras do Zé Prioli, onde derrubou uma mata densa e lá tinha espécies de pássaros como, papagaio, Tiriva, Baitaca, maracanã, nhandaias e o tuim os menores de todos, todos pássaros verde que falam cantam assovia, imitam outras aves, falam algumas palavras, hoje creio que nenhumas destas espécies existem em Fartura, pois não existe matas onde era o habitat natural.
A finalidade de meu pai em arrendar estas terras era plantar arroz, pagando vinte por cento de arrendamento do total do arroz colhido, isto era o costume.
Nesta terra tinha um ninho de nhandaia, e a pedido de meu irmão Luiz, já falecida, meu pai tirou os filhotes deste ninho, que estava a uma altura de 10 ou mais metros, teve que construir uma forma especial para subir a esta altura, teve a ajuda de meu tio Mario já falecido,
A forma para subir foi, uma vara reta e amarrava cipós de 50 em 50 centímetros, em seguida colocava mais outra coivara emendada na primeira até chegar onde estava os filhotes. Eram dois os filhotes, foram levados para casa, foram criados soltos, pois viviam perturbando as galinhas até que um teve um ataque e morreu. Ficamos só com um.
Quando mudamos lá para o Chiquinho, ele foi levado e continuou solto. Ele ficava o dia inteiro nos ninhos das galinhas, cantava e gritava imitando as galinhas, inclusive nos atacava como a galinha fazia no seu ninho.
Um domingo, não estávamos em casa, lá chegou o Chiquinho Garcia com o José Hamilton Ribeiro viu o passarinho solto, simplesmente com a complacência do Chiquinho Garcia, falou vou levar, segundo Chiquinho Garcia confessou, portanto roubou o nosso passarinho.
Quando cheguei da casa de um vizinho que morava na fazenda do José Garcia Ribeiro, também genro do Coronel Marcos Ribeiro, fui procurar o passarinho, pois era eu quem o cuidava, não encontrei, todos de casa foram a procura, pois vivia solto.
No outro dia, em uma segunda, o Chiquinho Garcia chegou em casa e contou que José Hamilton Ribeiro tinha roubado o passarinho. Disse para o Chiquinho que ia escrever um artigo no jornal sobre o passarinho roubado.
Isto ocorreu, mais ou menos no período desta reportagem que foi publicado, desta estada em Fartura, pois o Chiquinho e o José Hamilton Ribeiro se relacionavam pela origem de parentesco, originário de São Simão, depois Santa Rita do Passa Quatro e depois Santa Rosa do Viterbo, onde José Hamilton diz ser originário. Mas tudo começou em São Simão.
Francisco Rodrigues de Oliveira me parece que também era de Santa Rosa do Viterbo.
Nunca consegui confirmar esta informação com José Hamilton Ribeiro, mas tenho como informação do seu amigo que estava em Fartura com ele, o Francisco Rodrigues de Oliveira o (Chiquinho Garcia), agora isto é real , eu existo, o passarinho existiu, moramos naquela fazenda, o Chiquinho Garcia era real, as fazendas e os proprietários existiam, inclusive bem próximo de onde morou o Coronel Marcos Ribeiro, quando voltou de Tomazina, pois conheci os escombros da casa.
Quer saber mais, pergunte ao Elias.