Barra Seca, sempre foi muito chegado a festas e a cooperação entre seus moradores, por exemplo: Mutirão, Troca de dias e no caso da colheita do café, contratava a família para Derriça do café, pois criança de 10 anos ou mais iam com os pais para a panha do café, pois o café era colhido no mês de Julho, época das férias da escola do Bairro(Escola Mista Municipal do Bairro Barra Sêca. Isto era pago por sacas de café ou por pês de café colhido, ou a paga por dia.
Isto será assunto para um outro dia, onde descreverei conforme vi e convivi com este dia a dia na Barra Sêca.
Meu Pai Alicio tinha um sonho, fazer uma Festa de São Gonçalo, uma coisa que sempre fazia: Romarias para Siqueira Campos, Romaria para Aparecida e fez uma para visitar o Padre Donizetti em Tambaú, foi um fenômeno religioso que apareceu na época, tornou-se um centro de peregrinação. Meu Pai lotou um caminhão e foi até la,(Pau de Arara), foi uma viagem desgastante, sair de Fartura ir próximo a Ribeirão Preto, nos anos 50, não era fácil.
Mostro o lado de meu Pai, que sempre foi ligado a religiosidade e as festas populares, Baile, Fandango e a Festa de São Gonçalo.
Estávamos morando no primo Chiquinho Garcia, que ficava na Estrada, Fartura X Carlópois, na reta do Matão, divisa com Zé Garcia.
Pai Alicio queria fazer uma festa servindo as pessoas uma refeição, como sempre aquela macarronada com frango, o vinho Sangue de boi, suave de mesa, e a velha Cana Chic para os homens, para as mulheres era o costume de pegar o vinho por agua e adoçar para não ficar forte, era gostoso.Minha mãe chamou para ajudá-la, várias mulheres, uma a dona Conceição do seu Gnarte, que morava no Zé Garcia, a Nona não me recordo se ela foi chamado ou não foi por algum motivo, pois, o Dilino , o Sebastião e a dona Rosa Moravam bem próximo a nós, plantavam arroz irrigado nas terras do Dito Garcia.
Pessoas que foram para esta festa, famílias que moravam no Zé Garcia, entre eles, familiares do Cecílio Cassiano(Amansador de Cavalo e burro), pois com eles vieram sua sobrinha, Nezinha, e outra menina que virou caso, contado , A Turma da Farmácia do Trombi com Frango frito ) e a (Turma do Mario da Fátima ), a turma que moravam no Alcides Messias, uns dos primeiros Agricultores a usar implementos Agrícolas em Fartura, Plantadeiras e Colheitadeiras mecanizadas, do Paraná a turma do Lau Vaz, os filhos deles, eram nossos amigos. A turma da Barra Seca, parentes tios, primos, os familiares dos Bentos e alguns dos Garcia, pois na época, saímos de lá com relações estremecidas com alguns, que todos os adoravam, mas com a chegada de familiares isto modificou.
Para a Festa de São Gonçalo, foi preparado o terreiro, cobrindo com folhas, também cercado com folhas e feito um altar, onde ficou a imagens dos Santos e do São Gonçalo. Neste cercado coberto foi onde foi servido a refeição e a dança de São Gonçalo.
Para isto, convidou um violeiro muito conhecido, experiente para a condução da dança.
Era uma dança onde participava crianças, jovens, casais novos velhos e idosos, que consistia em fazer pares.
Lembro que o instrumento era a viola de 10 cordas, pandeiro, batida era compassada, lembro que o começo era uma cantoria em frente o Altar, que no final do refrão dizia, (hora viva, viva, São Gonçalo de Amarante que veio de Portugal) isto em frente altar, depois, os casais formavam um circulo acompanhando o violeiro , ficavam dançando balançando o corpo, depois do círculo, vinha a hora da reflexão ao altar, sempre comandada pelo violeiro, vinha o primeiro casal, podia der o dono da casa, fazia reflexão ao altar e ficava um de um lado e outro de outro lado, com as mão entrelaçados, vinha o segundo casal fazia reflexão, passava pelas mãos deste casal e ficava logo a frente, isto se repetia até o termino de todos os casais. Era uma dança muito parecida com a quadrilha, mas muito longo, pois consistia em primeiro no altar cantar homenageando os santos do altar, muito parecido com uma ladainha, depois o circulo , onde o casal ia dançando balançando mais ou menos ao ritmo da cantoria, depois a reflexão frente o altar e se colocar para a passagem de outros casais.
Esta festa em casa foi feita desta forma, alicio com a Maria foram os Festeiros, o violeiro não me recordo o nome, mas era um violeiro conhecido por comandar as festas de São Gonçalo.
Ao final de tudo isto ocorreu uma chuva que terminou com esta reunião de São Gonçalo. Foi nesta festa que começou o namoro de meu irmão e minha Cunhada e o encontro da menina do pivô da discórdia da (Turma do Trombi da farmácia com frango frito, com a turma do Mario da Fátima),
Este roteiro da festa de São Gonçalo, foi a que foi colhido deste violeiro, mas em Fartura ti mais violeiros cantores de São Gonçalo, pois seu Gnarte era um deles que tinha um outro estilo de dança, mas eram quase todas iguais. Hoje creio que este tipo de festa não ocorre mais em Fartura.
Se ocorre, desconheço, não sei se os velhos violeiros, deixaram raízes na família para seguir com esta tradição, por exemplo, meu avô José Mane, tocava viola como ninguém, mas não deixou herdeiro do seu estilo , das suas emboladas
Enfim mais uma história, aqui posso acrescentar, pergunte ao Zezo, pergunte ao Elias, eles também estavam lá.