O Brasil passou por vários ciclos. Primeiro ciclo começou com o ciclo da madeira cor de brasa chamada pau Brasil.Foi tão grande esta procura Portuguesa e a pirataria que devastaram o território Brasileiro que hoje muitos brasileiros não conhecem esta madeira que deu o nome a nossa Nação, que antes era chamada pelos índios que aqui viviam de Pindorama.Os Índios a chamavam de Pindorama, os Portugueses o chamaram de Brasil e assim ficou.O Brasil teve o ciclo da Cana de açúcar, aqui em São Paulo foi trazida por Martin Afonso de Souza, mas também ela se desenvolveu na Colônia de Recife, sendo as duas primeiras Colônia a se desenvolverem. O Brasil também teve o ciclo do Fumo, portanto não era uma agricultura estranha aos Brasileiros. Tivemos o ciclo do ouro, onde Minas Gerais recebeu a população Nordestina que se deslocou do Nordeste para Minas e as Bandeiras, que eram os Bandeirantes que saiam de São Paulo para a Missões, procurando ouro e fundando cidades, cito Bandeirantes ,mas teve muitos, Borba Gato e Raposo Tavares, muitas Bandeiras saiam de São Paulo ou de Sorocaba. Outro ciclo que permanece até nossos dias é o ciclo do café, tivemos crises, como o (crake) crise da Bolsa de Nova York, com a queima de cafés no Brasil, muitos fazendeiros quebraram principalmente na região de Ribeirão Preto.
Bem fiz isto para mostrar que o Brasil teve vários ciclos de desenvolvimento dentro este teve o ciclo do Tabaco, portanto é uma cultura muito antiga no Brasil.O senhor Júlio Coldibelli veio de Ouro Fino, foi para Fartura com o conhecimento desta cultura que já havia cultivadores na Região, pois era comum encontrar pés de fumo em muitos lugares, mesmo fora do lugar cultivado, como , próximo aos paióis, as entradas das casas, me recordo, pés de fumo na entrada da casa Grande dos Bentos, na casa do tio Pedro, na casa de meu avô, digo que era uma cultura comum entre os Bentos, afirmei que meu avô José Mané, já fazia para seu consumo, pois era um fumo forte que ele usava, não é pejorativo, mas assim que conheciam ele em Fartura.
Devo afirmar que o senhor Júlio Coldibelli tinha a sua própria semente de fumo, que tinha a ver com o fumo que produziam.Lembro ainda bem pequeno que o senhor Júlio morava lá no Conrado Blanco, os rolos de fumo curando ao sol, isto mesmo antes do casamento do tio Zeca com a tia Lurdes.Para ver que já era uma cultura enraizada na família dos Bentos, eu sendo neto de José Mané, conhecia muito bem esta cultura, com o casamento do tio Zeca com a tia Lurdes, pode ser que tenha melhorado em algo ou incentivado eles a se dedicar a produzir fumo em maior quantia.Vou descrever como é um plantio de fumo de minha época, hoje creio que não é possível sem fazer o uso de defensivos agrícolas, no meu tempo não se usava.!) Muito importante a qualidade da semente, ver se uma que produz boas folhas, o solo que vai ser cultivado.
2) Semear no tempo certo, para que as mudas se desenvolvam bem, mais ou menos adequada ao solo que vai ser plantado, manter sempre irrigado e cobrindo para evitar as intempéries do tempo.
3) Preparar o solo para receber as mudas, aquelas que estão mais fortes e desenvolvida, ter o cuidado que o fumo não gosta de muita humidade, pois pode melar nesta mudança.
4) começou a crescer ter cuidado com o pulgão e o mandruvá do fumo que come a folha mais que o bicho da seda, tem todos os dias ficar verificando, pois devastam demais o fumo.
5) A colheita das folhas começa quando elas estão maduras, pois ficam um verde com pintas. Leva para o coberto e esparrama para que murchem e só depois vão para o estaleiro. Se o tempo estiver muito seco joga-se um pouco de água nas folhas para aumentar a umidade.
6) Quando as folhas estão pronta para o destalo, amontoa-se as folhas e ai novamente a umedece, para que elas não fiquem secas, quebradiças, é a parte que exige um pouco de prática, dobra a folha do lado de cima, bem na ponta da folha, pega o talo e puxa rápido enrolando nos braços., colocar todas dobradas do lado de cima da folha para o enrolador da corda de fumo.
7) Enrolar o fumo , é feito uma carretilha especial, onde se enrola e coloca na carretilha até enche-la com 10 metros ou mais, para enrolar é mais ou menos, da um jogo e vai enrolando formando a corda em seguida coloca as folhas pode ser de duas de três depende da corda e da qualidade do fumo .
8)Feito isto, as cordas do fumo são estendidas e colocadas no Cambau, que é onde se enrola o fumo, pega-se na mão e vai enrolando e em rolo no suporte onde vai ficar o fumo, isto é feito meticulosamente para que a corda não fique com e nem pouca pressão, ai esta o fumo montado, a corda pronta e agora é a cura.
9) A cura do fumo é feita da seguinte forma:
Todos os dias o fumo é colocado no Cambau , e o enrolador com um suporte que é a madeira com entrada especial que passa a corda e o local para colocar a manivela para enrolar, o rolo no Cambau conforme vai soltando vai dando volta na corda do fumo, após isto é colocado no sol para corar, todos os dias tem que ser feito isto, mais ou menos 60 70 dias, também depende do fumo, pois alguns ficam melados, isto tem a ver com o processo a qualidade de trabalha r as folhas e o aperfeiçoamento de cada um, este processo com meu tio Zeca sei que já tem 50 anos, mas com seu sogro já é quase centenária em Fartura, pois me parece que la chegou em 1920, por isto dizem que Sebastião Coldibelli fabricava um ótimo fumo era apreciado por muita gente.
Vou fazer um adendo dentro desta história, pois o padre da minha Comunidade aqui em São Paulo, é Mineiro, conhece todo este processo de fabricar o fumo, pois seu pai fabricava, padre Geraldo Pereira natural de Gonçalves Minas Gerais. E alguma coisa tenha mudado, para mim são 50 anos[J1] fora desta lida, mas me recordo de tudo, pois quando descrevo, foi conforme vi e convivi, também fazendo, tudo isto no Bairro Barra Seca.
Agora querem saber mais, pergunte ao Elias, ele também sabe, algumas vezes um pouco menos, algumas mais.