Era costume na Barra Seca entre os Palmas, os Garcia, os Ribeiros e os Bentos ter sempre uma família de Meeiros ou ter alguém que trabalhava e morava com a família, uma pessoa que tinha perdido o Pai e a Mãe, trabalhando conforme contratavam verbalmente.
Dentre estas pessoas que era de casa lembro do Gabriel Fogaça, seu irmão Antônio. Luiz não me recordo sobrenome, o Aparecidinha, o João, Bráulio em casa o Ditinho, o Lazinho, apareceu em casa (Jurandir) dizia ser parente de meu pai, e que era da região de Ibiúna, provavelmente era, pois, a família Rolim e a Rodrigues das Chagas eram desta região. Havia também os que tinham famílias que eram acolhidos pelos moradores da Barra Seca, para isso tinha que ter uma casa.
Meu avô (José Mané) sempre tinha alguém no sitio.
O trato com estes lavradores era a meia, chamados de meeiro, no cafezal , plantavam tudo era do meeiro, mas meu avô não pagava pelo zelo do cafezal que era a carpina, tinha o compromisso de fazer 3 ou 4 carpinas ao ano , no restante das terras era a meia, 50% para cada um, meu avô entregava a terra preparada e fornecia a semente o meeiro, plantava, tratava a planta e colhia dividindo a metade .
No correr do ano o meeiro era mantido, alimentação, tudo que o meeiro necessitasse até a colheita.
Muitas histórias se contam de Fazendeiros que mantinha os empregados como escravos, pois quando colhia, não cobria despesas cobradas pelo fazendeiro ladrão e explorador, pois entrava e saia ano e o meeiro sempre devendo. Meu avô sempre foi correto, todos ficavam tristes quando tinham que deixar o sitio, minha avó Benedita era muito carinhosa com as famílias e os tratava bem.
Os meeiros que meu avô teve, Pedro Miranda, Antônio Mantino, pai do Alcides Pereira Camargo, que um dia aqui em São Paulo , na Praça da Sé, veio me cumprimentar com este nome pomposo, não o reconheci, falou, falou, mas na hora que disse: sou irmão do Arcino, reconheci , irmão da Maria Rosa. Hoje Alcides Pereira Camargo casado com a prima Lucia, neta do Zeca Bento.
Mas entre os meeiros teve outros que vinham de Minas Novas, Minas Gerais, Joaquim, chamado de Joaquinzão, pois era alto, tinha mais ou menos, 01,90, era bravo o tal home.
Meu avô emprestou sua plantadeira, meeiro do Zé João, (Jonas) que plantou arroz com a maquina e devolveu ao Joaquim que ia plantar feijão, deixando a máquina regulada para arroz, não regulando para feijão
Quando o feijão começou a nascer, era aquela touceira de feijão, cinco seis pés por cova, e o tal de Joaquim ficou bravo, Jonas, disse: cada um regule a máquina, no primeiro carpina, teve que ir arrancando os pés de feijão a mais. Era complicado, pois os dois eram Mineiros de Minas Novas e ambos gostavam da peixeira Cavalinho.
Joaquim continuou alguns anos com meu avô, um verdadeiro touro no serviço. Mas por ser bravo, deixava muita gente com os pés atrás, Mas uma história da Barra Seca, eu e o Elias estávamos la.