Fartura é uma cidade Católica, parte de seus moradores são de origem Italiana, tanto que no início do SÉC.XX, pediram para a Cúria que mandassem padres Italianos para a Vila que crescia rapidamente.
Uns dos primeiros padres de origem Italiana que foi para Fartura, foi o padre José Trombi, mais tarde, Monsenhor Trombi.
Monsenhor Trombi, batizou e casou muitos Cidadãos em Fartura, pois ali permaneceu até sua morte, anos 40, Fartura que é a Terra de dois Bispos, Dom Gorgonio Alves da Encarnação e Dom Mauro Aparecido dos Santos. Gorgonio que vi como Coroinha do Padre Salvador, ele seu irmão seu primo.
Famílias Italianas que prosperaram em Fartura, não só as Italianas, mas também as de origem Espanhola, uma em especial a do Conrado Blanco, o emburrado. Digo que me recordo dele, parecia sempre estar descontente com alguma coisa, nem só na pescaria como já contei.
Diferente da Dona Maria Vega, sua esposa, que gostava de conversar, até parecia ser italiana, gostava de parlare, parlare.
Me pergunta se conhecia-os, sim, a fazenda deles na Barra Seca, fazia divisa com os sítios dos Bentos.
Porque falo isto dos Blanco, pois entre os imigrantes Espanhóis chegaram em Fartura, Júlio Gonzalo Martin e sua esposa Dona Josefa Gonzalo Blanco e su pequenho, lito, ou Manolito de Júlio de Miguel de Aurora, ou José Manuel Gonzalo Blanco, sobrinhos de Conrado e de Dona Maria, isto no ano de 1955.
Júlio de Miguel de Aurora, como se conheciam em Espanha, era um homem pequeno tenia uma tarja de 01,55 , o suficiente para entrar no exército en Espanha, gostava muito de conversar, eu o escutei desde 1955 até 1985. Em Fartura ele sempre se deu bem com todos, médicos, comerciantes, fazendeiros, padres e os políticos da cidade.
Em Fartura e diversão que tinha era ir ao cinema, Júlio ia sempre as quartas feiras, dona Sefa como nós a chamava-a (era dona Josefa) lhe deu 20 cruzeiros, pois o cinema eram 10 cruzeiros , lhe restariam outros 10.
Indo para o cinema, o filme começava as 08,00 horas, mas as 07,00 horas,
começava a missa.
Júlio estando esperando as 08,00 horas, horário que começava a sessão do Cinema, era um pouco antes das sete horas, encontrou com o senhor Merkis Alves da Encarnação, que convidou para ir a missa. Apesar de não ser muito apegado a Igreja, pois tinha suas ressalvas desde Espanha, foi. Entrou e ficou ao seu lado.
Nas missas, mesmo no meio da semana, o padre Salvador, chamava as mulheres ou as filhas de Maria, para recolher as ofertas, e pedia que elas se empenhassem com aqueles que podiam oferecer uma boa contribuição com a Paróquia, pois vivia um grande momento de crescimento, Seminário, Orfanato, a construção do Asilo e as Freiras que administravam o Hospital, Santa Casa de Misericórdia, por isto a necessidade da arrecadação. Neste dia, nesta Missa a encarregada de passar a recolher as ofertas foi Tereza Prestes, irmã de Renato Prestes, filha de José Prestes, dono da casa onde funcionou a primeira escola para as meninas de Fartura. Onde o Conrado Blanco morou foi a primeira escola para meninos e a do José Prestes a das meninas.
A missa corria com suas sequencias lógicas, Entrada, confessional, Glória, Evangelho do dia, Homilia, Credo, Oração do Fieis. Nesta hora, hora das Ofertas, Tereza Prestes, passando com o acolhedor , chegou em frente a Júlio e senhor Merkis tirou uma quantia do bolso e pós no acolhedor, Júlio tinha VINTE cruzeiro, se ele coloca, ia ficar sem ir ao cinema, ao mesmo tempo vinte cruzeiro, era muito dinheiro para dar de esmola, Tereza parou em frente os dois balançava o acolhedor, exigindo que colocasse algo e o senhor Merkis, olhava de canto para aquela situação inusitada da cobrança da Tereza , sabia ela que ele era sobrinha do Conrado, este fazendeiro dono de muitas posses em fartura.
Júlio não colocou o dinheiro, mas passou muita vergoença, como dizia, prometeu nunca mais ir a missa, não podia ver a Tereza que trazia a recordação daquela humilhação.
Júlio sempre contava esta história, um dia estando em Fartura, no Cemitério, estava pesquisando e vendo o nome de um ente querido, meu avô Paterno, duas mulheres vieram e pararam, e uma me perguntou quem eu estava procurando. Perguntei o nome, ela me disse que era a Tereza, irmã do Renato, foi que lhe perguntei dos fatos desta história. Ela disse não se recordar, mas era verdade que o padre Salvador pedia empenho com aquelas pessoas que podia doar mais, então ela chegava e insistia até que entregasse algo.
Por isto digo, quer saber desta história, pergunte a mim, pergunte a Tereza sei que morava aqui em São Paulo, pergunte a Monolito de Júlio de Miguel de Aurora ou Jose Manuel,su yro , mora aqui em São Paulo, Júlio e senhor Merkis, não estão entre nós, sabes porque eu sei, pois me contou muitas vezes, pois de 1955 até 1985, convivia quase diariamente. faleceu em 1986, aqui em São Paulo
