Em 1955, próximo a nossa casa morava o Zé Barbosa, filho de Chico Barbosa e neto de Dona Barbara que era comadre de minha Avó.
Eles se relacionavam, pois meu Avô tinha um Sitio que ficava na divisa com o Isaque Garcia Ribeiro e com o Conrado Blanco e também com o sitio dos Barbosas o Lico Barbosa, pai do Nelson que serviu o Exército do Paraná e o Chico Barbosa, pai do Zé Barbosa, do Américo do Tonico e do João Barbosa, moravam neste sitio que ficava na desembocadura do Ribeirão Barra Seca.
Lembro que o Zé Barbosa com o Américo morou uns tempos neste sitio. Pois tinham uma perlenga judicial com os filhos do Isaque, que seriam o Benedito, o Pio e o Álvaro, tentaram ficar com o sitio da Barra Seca e a do Paraná, meu avô apoiava a sua Comadre Barbara.
Meu Avô vendeu seu sitio para o Conrado Blanco, nos anos 40, e comprou o sitio de sua tia Sebastiana Benta de Castro, pois tinha herdado terras de seu Pai, Manuel Bento de Castro para onde se mudou, construiu sua casa com o desmanche da casa que tinha naquele sitio vendido ao Conrado Blanco
O que ocorreu em 1955?
Minha Mãe estava esperando o Irmão Agostinho, todo seu parto era de risco, quem a acompanhava era a Comadre Rosa Fiori. Resolveram que ela iria para a casa de sua irmã, Tia Ana, que morava na Fazenda dos Vieiras, se fosse preciso correr para o Hospital, ali era mais fácil e próximo a Vila.
Então meu pai foi para lá para ficar com minha Mãe e nós teríamos que ir dormir na casa dos nossos avós, mas naquela noite, era Sábado, teve um baile improvisado na casa do Zé Barbosa, la estava tocando sua viola meu avô e o violão meu tio João. La pelas 10,30 horas, meu avô falou para ir embora com ele, mas não fui, depois, esperei clarear o dia para ir para casa deles que ficava, mais ou menos 1500 metros da casa do Zé Barbosa.
Clareou o dia, fui para casa dos Avós.
Na entrada da cozinha da casa de minha avó tinha, uma bacia pequena e uma toalha próxima que era onde lavava as mãos para o almoço, ou o rosto quando de manhã.
Lembro que cheguei, minha avó estava brava porque passei a noite lá sem dormir, meu avô não me contrariava deixou ficar lá. Cheguei falei para minha avó, vou lavar o rosto para espantar o sono, assim o fiz, mas peguei a bacia que estava com agua para lavar o rosto, joguei coloquei a bacia debaixo do braço, estava voltando para casa, já tinha cruzado uma cerca, minha avó gritando , tive este momento de sonambulismo por uns dois minutos. Vi quando lavei o rosto, joguei a agua fora, depois que coloquei a bacia debaixo do braço e atravessei a cerca de arame, percebi a anomalia, pois como minha avó gritou várias vezes, vi que já tinha atravessado a cerca, do o outro lado e a bacia estava debaixo do braço. Nunca tinha passado uma noite sem dormir, foi por pouco tempo, mas percebi que era um Sonambulo.
Já aconteceu com você caso de sonambulismo, me conte. Será que o Elias era sonambulo, me parece que sim. Vou perguntar.